sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Elvis não morreu... mas o Paul, sim! (or NOT!)


Essa semana eu tava falando com uma amiga sobre grandes shows e lamentamos não poder ir ao show do Paul McCartney, no domingo (7), aqui em Porto Alegre. Não que a gente seja lá muito fã dele, eu, particularmente, mal sei as músicas dele, mas não é sempre que se pode ver um ex-Beatle. Ex-Beatle, que engraçado. Parece coisa tipo ex-BBB, ex-namorada, ex-traficante, ex-padre, ex-mulher-de-tal-pessoa-famosa. O prefixo nunca te abandona.


Mas navegando por aí eu acabei achando vários sites espalhando o mesmo boato: Paul McCartney está morto! Sim, mortinho desde 1966! Então essas pessoas todas que estão pagando uma fortuna pelos ingressos estão pagando pau pra uma fraude? Olha, verdade ou não, a história me consola um pouco. (não que eu deseje a morte de ninguém...)

Ele teria sofrido um acidente de carro que esmagou sua cabeça no interior da Inglaterra. (PESADO!) Aí você pensa: se o Paul morreu, quem é e de onde surgiu esse impostor? Na época, os Beatles eram o principal produto de exportação britânico e influenciavam um incontável número de fãs, por isso a morte de um deles seria uma tragédia, a comoção seria geral e a banda estaria fadada a um fim prematuro. Lembrando que Paul, junto com Lennon, era o que fazia as composições da banda. Então, a gravadora resolveu encontrar um substituto talentoso e parecido com o Beatle, que tomaria seu lugar após algumas plásticas.O escolhido para o posto foi William Campbell ou Billy Shears, vencedor de um concurso de nacional de sósias que havia acontecido há um tempo.

Três anos após a suposta morte de Paul, a trama conspiratória foi relatada pela primeira vez, no jornal universitário Times-Dephic, da Drake University, em Iowa, Estados Unidos. Inspirado pelo acidente, o autor, Tim Harper, apontava as supostas evidências da morte na capa de Abbey Road. O radialista Russell Gibb, da WKNR-FM de Detroit, gostou da piada e a reproduziu no ar, acrescentando colaborações pessoais à lenda. As pistas na capa de Sgt Pepper´s são possivelmente invenção dele. O fato é que o boato da morte de Paul tomou tamanha proporção que, em 1969, ele teve de convocar uma coletiva de imprensa para provar que estava vivo.


Lennon, Ringo e George não satisfeitos com a farsa, começaram a colocar pistas sobre a morte de Paul e a substituição deste por um sócia em capas de discos, músicas, fotos... Claro, tudo pode e deve ser mesmo uma jogada de marketing para vender mais e criar todo um baphão em torno deles, mas mesmo assim muita gente acreditou e ainda acredita nessa história.

Fake ou não, vale a pena se divertir com as pistas macabras deixadas por eles:

Rubber Soul
Ano de Lançamento: 1965


A primeira suspeita foi quando os Beatles anunciaram que não fariam mais shows ao vivo, assim ninguém perceberia o sósia de Paul McCartney.

Na capa do disco Rubber Soul os Beatles estão olhando para baixo, como se estivessem olhando para uma sepultura que seria de Paul.

A música In My Life tem um trecho dizendo: "some are dead and some are living" (alguns estão mortos e alguns estão vivos).

A música I'm Looking through You tem um trecho dizendo: "You don't look different but you have changed, I'm looking through you, you're not the same... you don't sound different... you were above me but not today, the only difference is you're down there..." (você não parece diferente mas você mudou, eu olho através de você, você não é mais o mesmo. A única diferença é você estar embaixo)

Revolver
Ano de Lançamento: 1966


 Na gravura da capa há uma mão aberta sobre a cabeça de Paul. Uma mão aberta sobre a cabeça é uma maneira de abençoar as pessoas que morrem. Isto se repetiria posteriormente conforme veremos.

Ao invés de uma foto dos Beatles pela primeira vez foi feito um desenho para evitar que o sósia fosse desmascarado pela foto.

A música Taxman seria na realidade sobre um Taxidermista, pessoa responsável por empalhar animais mortos e fazer parecer que eles ainda estão vivos. Na letra há referências ao acidente de Paul ("if you drive a car", "se você dirige um carro") e ao fato de Paul estar morto ("if you get too cold", "se você ficar frio", os cadáveres ficam frios). A melhor pista é "my advice to those who die -taxman.." ou seja "meu conselho para aqueles que morrem, um taxidermista" (para que o morto continue parecendo vivo).

Em Eleanor Rigby Father McKenzie seria na realidade Father McCartney, note a semelhança entre os nomes. Na letra consta "Father McKenzie wiping the dirt from his hands as he walks from the grave" ou seja "padre McKenzie (Paul McCartney) limpando a sujeira de suas mãos após sair (voltar) do túmulo".

Na letra de She Said She Said: "she said I know what it's like to be dead" ou "ela disse que eu sabia como é estar morto".

Dr. Robert teria sido o médico responsável por tentar salvar Paul. Na letra consta: "you're a new and better man" ou "você é um homem novo e melhor" se referindo ao novo Paul. "He does everything he can, Dr. Robert" ou "Dr Robert faz tudo o que pode fazer" se refere ao fato de Dr Robert ter feito todo o possível para tentar salvar Paul.


Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
Ano de Lançamento: 1967


A capa é na realidade o desenho de uma sepultura (a de Paul) com todas aquelas pessoas olhando (note os arranjos de flores típicos de um funeral).

Um dos arranjos de flores forma o desenho de um baixo Hofner semelhante ao que Paul tocava, inclusive virado para a direita visto Paul ser canhoto e isto prova que é Paul o cadáver que acabou de ser sepultado. O baixo tem apenas três cordas ao invés de quatro, uma referência aos Beatles sem o seu quarto companheiro.

Observe que no final da palavra Beatles está a letra "o” (composta por flores vermelhas), formando assim a frase Be at Leso, nome do suposto local onde estaria enterrado Paul.

Sobre a cabeça de Paul há novamente uma mão aberta.

Uma boneca da gravura da capa segura um carro de brinquedo. O carro seria do mesmo modelo do em que Paul haveria morrido. Note que o interior do carro é vermelho em referência ao sangue decorrente do desastre. Amesma referencia é feita com as manchas vermelhas que aparentam estar na roupa da boneca.

Embaixo do T de Beatles na capa há uma pequena estatueta de Shiva, Deus Hindú da morte. A estátua aponta para Paul.


Na foto da bateria se você colocar um espelho horizontalmente cortando a frase "Lonely Hearts" e olhar a combinação da parte de cima das letras com o reflexo surge a frase "one he die" se referindo à morte de um dos beatles. Verifique a gravura ao lado com uma simulação do efeito do espelho e com o contraste aumentado.

Uma outra versão diz que a frase da bateria deve ser lida como "I One IX He ^ Die". O significado surge de simples conexões "I One" é Onze (11), "IX" é nove (9) em romanos. Finalmente "He" e a seta que surge entre esta e "Die" aponta diretamente para McCartney em sua ponta superior e para o suposto túmulo em sua ponta inferior. Conclusão no mês 11 (novembro), dia 9, ele (Paul) morreu. Daí surgem controversias, na leitura americana trata-se do mês 11 e do dia 9, mas na Inglesa entende-se Setembro (9), dia 11. Mas já que Paul teria sofrido o acidente em uma quarta, bastou verificar e atestar que 9 de novembro de 1966 era uma quarta-feira.

Na foto da contracapa Paul está olhando para trás, enquanto os outros olham para frente.

Na letra de Sgt. Pepper's Lonely hearts Club Band: "so let me introduce to you the one and only Billy Shears" ou "deixem-me apresentar o primeiro e único Billy Shears". Billy é um apelido para Willian (Campbell, o sósia que substituiu Paul) e nesta música os Beatles o apresentam para o mundo. Billy Shears pode ser lido também como "Billy is Here" ou seja "Billy (Willian) está aqui."

Em Good Morning, Good Morning "nothing to do to save his life" ou "nada pode ser feito para salvar sua vida". "People running around it's 5 o'clock.." ou "Pessoas andando em volta às 5 da manhã (a hora do acidente de Paul)".

Em A Day In The Life: "He blew his mind out in a car, he didn't notice that the lights had changed" ou "ele estourou sua cabeça em (um acidente de) carro, ele não notou que as luzes (o semáforo) haviam mudado". "A crowd of people stood and stared they'd seen his face before, nobody was really sure if he was" ou "Uma multidão de pessoas parou e assistiu, eles haviam visto seu rosto antes, ninguém tinha certeza se ele era".

Na contra capa do álbum na foto dos Beatles além do famoso detalhe que mostra Paul virado de costas para a câmera, pode-se notar George Harrison apontando o dedo indicador direito exatamente para a frase de "She´s Leaving Home" que diz "Wednesday morning at five o´clock as the day...". Dia da semana e hora da suposta morte do Beatle.

Magical Mystery Tour
Ano de Lançamento: 1967


Paul está vestido de leão marinho, um símbolo da morte em algumas culturas. Existem dúvidas sobre quem realmente está vestido de morsa na capa do álbum, John ou Paul? Algumas pistas podem esclarecer: a figura caracterizada como uma ave ou coisa parecida na parte superior direita esta usando um par de óculos extremamente parecido com o de John Lennon; na listagem das canções dentro do álbum em "I Am the Walrus" está escrita entre parênteses logo abaixo "No you´re not! Say Little Nicola!".Ora, se John está clamando ser o Walrus na música por que alguém iria dizer que ele não é tal criatura? Mais tarde no Álbum Branco, Lennon em sua música Glass Onion fala: "and here´s another clue for you all...the walrus was Paul..." No clipe de George Harrison da música "When We Was Fab", canção nostálgica sobre os tempos de Beatles, Ringo Starr participa em vários instantes e, em determinado momento aparecem, George c/ a guitarra, Ringo na bateria... e o Walrus tocando seu baixo Hofner!

Se você olhar a capa do disco em um espelho as estrelas onde está escrito Beatles formam um número de telefone, 2317438. Quando se ligava para este número na época em que o disco foi lançado se ouvia a mensagem "You're getting closer" ou "você está chegando perto". Na realidade se tratava de uma menina bem humorada que havia aderido à brincadeira sobre a morte de Paul.


No livro que vinha junto com o disco em sua versão original havia uma foto dos Beatles cada um com uma rosa na lapela. Todos tinham rosas vermelhas, a não ser Paul, que usava uma rosa preta.

Ainda no livro em todas as fotos Paul está descalço (os mortos são enterrados descalços).

Na foto central do encarte, na pele de resposta da bateria de Ringo está escrito "Love 3 Beatles" lembrando que os Beatles agora são apenas 3.

No desenho dos Beatles presente no interior do álbum, Paul aparece com o gorro cobrindo parcialmente seu rosto, além de estar com os olhos fechados. É curioso também que a poeira de estrelas que os rodeia forma uma espécie de auréola sobre a cabeça de McCartney.

Na música All You Need Is Love Lennon fala: "yes! he is dead!" (sim, ele está morto). Ouça a música e perceba que ele diz essa frase em torno dos 3:13 da música.

O nome do disco Magical Mystery Tour (Jornada Mágica e Misteriosa) seria a jornada dos fãs para decifrar os mistérios da morte de Paul.

Em Strawberry Fields Forever Lennon diz: "I Buried Paul" (eu enterrei o Paul).

White Álbum
Ano de Lançamento: 1968

A música Revolution #9 seria sobre a morte de McCartney (o sobrenome tem 9 letras). "My fingers are broken and so is my hair" ou "meus dedos estão quebrados e meu cabelo também". Ao ouvir o verso "number nine" ao inverso surge a mensagem "turn me on dead man". Ainda ao inverso podem-se ouvir outras pistas, incluíndo "Let me out!". Seria McCartney gritando para sair de seu automóvel?

Nas fotos colocadas em várias partes do álbum duplo algumas curiosidades. Paul em uma banheira, com a cabeça para fora da água dando uma impressão assustadora de decapitação. Paul entrando em um trem ou em um ônibus e duas mãos "fantasmagóricas" prontas para leva-lo para o "outro lado" podem ser vistas atrás dele. Nas fotos em close dos 4 integrantes a de Paul revela a cicatriz da cirurgia plástica de Willian "Billy Shears" Campbell para aperfeiçoar sua semelhança com Paul. Mas obviamente a cicatriz faz parte do pequeno acidente de moto que Paul sofrera, cicatriz responsável também pelo bigode em Sgt Pepper.

Yellow Submarine
Ano de Lançamento: 1968


O submarino amarelo dá a impressão de ser um caixão enterrado na montanha.

Na capa há também uma mão sobre a cabeça de Paul McCartney.

Abbey Road
Ano de Lançamento: 1969


A capa mostra os quatro Beatles cruzando uma rua, simbolizando um funeral. John está de branco (cor do luto para algumas religiões orientais) e é o padre e outros o interpretam como Jesus. Ringo está de preto (luto no Ocidente) e alguns acham que é o padre ou o amigo do morto por suas roupas formais. Paul, descalço e com os olhos fechado, é o morto. George com roupas mais simples é o coveiro.

Na foto dos Beatles atravessando a rua, Paul está com o passo trocado em relação aos outros.

O cigarro que Paul segura está na mão direita. O Paul verdadeiro era canhoto, estaria com o cigarro na outra mão.

A placa do fusca branco estacionado na rua,. que aparece à esquerda, traz a inscrição LMW 28IF. O LMW poderia significar a abreviação de Linda McCartney Weeps (Linda McCartney Chora) ou Linda McCartney Widow (Linda McCartney Viúva). O 28IF seria "28 years IF alive", o mesmo que 28 anos SE vivo, se referindo ā idade de Paul ā época do disco, se não tivesse morrido. Paul, na verdade, tinha 27. Mas, era o dito, em religiões indígenas a idade de uma pessoa é contada a partir da gestação. Então ela já tem 9 meses quando nasce. Logo, Paul teria 28 anos, na época. O Fusca na Inglaterra é chamado de "Beetle".

A música Come Together tem um trecho: "one and one and one is three" (um mais um mais um são três) o quer que dizer John mais George mais Ringo são três. Não contou o Paul, pois ele estaria morto.

Na contra-capa, ao lado direito da palavra Beatles uma imagem feita de luzes e sombras aparece. Trata-se de uma caveira, claramente com dois olhos e boca.

Um carro de polícia, entre John e Ringo, está parado. Parece estar atendendo a alguma ocorrência, como um acidente de trânsito.

Um carro parece vir em direção a Paul. Ou, como os ingleses dirigem na mão esquerda, parece que o carro já atingiu Paul e segue em frente.
Há um carro funerário estacionado. 

E em 1993...
Paul Is Live


Em 1993, Paul McCartney lançou seu CD solo Paul Is Live fazendo referência ao boato de sua morte, e provando que está mais vivo do que nunca. Repare que a foto também foi tirada em Abbey Road, e que Paul acertou o passo, calçou suas botas, segurou a corrente do cachorro com a mão esquerda, não há mais o carro funerário e na placa do fusca está escrito 50IS que é a idade que Paul estava (IS) quando lançou o disco. 

O músico comentou sobre este assunto recentemente em uma participação no programa “Late Show”. Ele disse ao apresentador David Letterman que nunca se incomodou com o boato, mas que reparou que depois desta história as pessoas chegavam perto dele e ficavam tentando encontrar alguma diferença em relação ao “original”. 

Bem, antes que falem que isso é uma baboseira e que eu estou dando ibope pra isso, eu já vo logo explicando: a internet é um infinito bando de dados e não custa nada você das uma volta por ela para aprender ou até mesmo só para se distrair. Acreditando ou não no que é dito, é bom saber do que falam. Este não é um post que prega a morte do Paul, e sim uma compilação do que há na web sobre o assunto. Achar que é verdade ou não, aí é com você.

Bom final de semana! \o/