segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Economista Antonio da Luz: melhores grãos, La Niña e críticas ao governo

         
         Na manhã desta segunda-feira, os alunos de jornalismo da Faculdade de Comunicação Social, da PUCRS, receberam o assessor econômico da FARSUL (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul), Antonio da Luz, que falou das perspectivas sobre a safra de grãos brasileira 2010/2011, os preços, perspectivas de mercado, a situação dos pequenos agricultores, entre outros assuntos.

        Antonio da Luz começou falando sobre as expectativas da agricultura gaúcha. “Qualquer perspectiva é perigosa, pois não se plantou nenhuma semente. Se teme que a chuva que vem agora falte depois”, explicou se referindo ao fenômeno La Niña. Ele lembrou-se da estiagem que aconteceu em 2005, no Estado, quando se perdeu 70% do que se plantou de milho e esse ano pode ocorreu algo semelhante. Como aposta de plantio, ele cita o arroz, que este ano tem um grande potencial por causa do pouco estoque e o preço está acima da média. Outra cultura interessante é a da soja, que teve safra positiva nos Estados Unidos. 

        A importância da agricultura foi citada, porque mesmo que só represente 10% do PIB, se não fosse ela o país estaria de joelhos pedindo dinheiro para o FMI. Além do mais, ela vende e compra muito. Sobre a maneira fácil de ganhar dinheiro que os produtores do Centro-Oeste descobriram, Antonio chamou de ridícula. Eles vendem a baixo custo e recorrem ao Governo Federal através do PEP (Programa de Escoamento de Produção), que paga o custo logístico. Esse pagamento é feito com dinheiro público e a iniciativa desfavorece os outros agricultores, como os gaúchos. Segundo ele, por essas e outras realidades, as ajudas do Governo não servem para nada, somente para manter na agricultura as pessoas que não deveriam estar nela. 

        “Quando olhamos o sistema ferroviário dos Estados Unidos e o nosso, parece piada”, declarou. A questão prejudica a agricultura, já que demanda um maior custo com transporte. Esse deslocamento poderia ser feito por navios, porque uma embarcação carrega vários caminhões a preço baixo, mas ainda não se fez possível com eficiência. “Mapa hidroviário dá vontade de chorar. Por que não temos rios? Temos rios. Papai do céu foi generoso. O que não temos é uma legislação”, aponta fazendo uma alusão à BR 116, que está como está porque não usamos hidrovias. Outras dificuldades enfrentadas pelos agricultores são o custo alto e o preço que não acompanha, nossa exorbitante carga tributária e o alto índice de ineficiência em uso de adubos. 

*Matéria feita por mim para a cadeira de Jornalismo Especializado.

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