segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O papel do jornalismo na democracia é debatido em seminário na Famecos

       
        Na manhã dessa segunda-feira, o auditório da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS foi palco do Seminário Democracia e Jornalismo na Era Digital. O evento promovido junto à Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e aos jornais Zero Hora e NH, começou às 9 horas e teve como convidados Silvio Waisbord, Carlos Müller, Nelson Ferrão, Celso Augusto Schröder, Eduardo Pellanda e Rosane de Oliveira.
        O professor da George Washington University e editor-chefe do The International Journal of Press/Politics, Silvio Waisbord, palestrou sobre as transições do jornalismo nos Estados Unidos e explicou os desafios da imprensa atual na rede comercial. Para ele, a tensão do jornalismo moderno está em fazer dinheiro e promover a democracia. No quesito imprensa como empresa comercial, ele afirma que a informação é uma mercadoria e, em tempos em que a venda de jornais diários está em queda e que há um menor número de jornalistas empregados, suposições sobre o fim dos diários têm estimulado grandes discussões. “Acho exageradas as previsões sobre o fim dos diários e fim do jornalismo, mas não é tão descabida”, opinou. Para ele, as sociedades ainda precisam do jornalismo, para "ajudá-las a navegar no oceano da informação”.
        Nesse cenário, não existem fórmulas de sucesso, mas algumas tendências já podem ser vistas, como, a hiper especialização. Dentre as mudanças na prática jornalística, ele citou a interação com as audiências, a abertura a feedbacks e formas colaborativas, isso porque as novas tecnologias obrigam o jornalismo moderno a se reposicionar diante das transformações das redes de informações. "A grande promessa é que o jornalismo do futuro é um jornalismo multimídia", afirma. Após, Carlos Müller, assessor de comunicação e editor do Jornal ANJ, incentivou o otimismo sobre o futuro do jornalismo. “Se entendermos que o principal do jornalismo está em "news" e não em "paper" a mudança será mais suave”, sugeriu.
        Nelson Ferrão, diretor de conteúdos editoriais multimídia do Grupo Sinos; Celso Augusto Schröder, professor da Famecos-PUCRS e presidente da Fenaj; Eduardo Pellanda, professor da Famecos-PUCRS e pesquisador de comunicação digital; e Rosane de Oliveira, colunista e editora de Política de Zero Hora, comentarista da TV COM e âncora do programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, conduziram a mesa redonda para debater o cenário regional.
        "O que circula de lixo na internet nos torna cada vez mais necessários para organizar este caos", comentou Rosane de Oliveira. A jornalista afirma que no Brasil, os candidatos não estão sabendo utilizar as mídias, como nas eleições presidenciais americanas, pois o que falta é credibilidade. Ela também criticou a cobertura jornalística eleitoral. “Se nós, jornalistas, só perguntarmos coisas irrelevantes, os políticos responderão coisas irrelevantes", aponta.

*Matéria feita por mim para a cadeira de Jornalismo Especializado. 

Mesa redonda:




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