sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Votar ou não votar? Eis a questão

      
        No dia 3 de outubro o Brasil vai às urnas escolher seus deputados, senadores, governadores e presidente. São 135 milhões de eleitores que decidem o futuro do país, através do direito ao voto, mas, para muitos, o ato é só um dever inútil. Todos os brasileiros alfabetizados dos 18 aos 70 anos de idade são obrigados a votar, como é estabelecido por Constituição. E essa obrigatoriedade divide opiniões. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, 48% dos entrevistados são favoráveis e 48% são contrários. Outro resultado foi polêmico: se o voto fosse facultativo, somente 55% dos entrevistados entre 18 e 70 anos seguiriam votando, enquanto 44% optariam por não participar do processo eleitoral.
        O Brasil é um dos 30 países do mundo em que o voto nas eleições é obrigatório, mas para Anderson Moreira isso deveria mudar. “Se o voto fosse mesmo um direito, você poderia optar se quer votar ou não. Para mim, parece mais uma imposição. Sair de casa num domingo, pegar fila para votar em candidatos que só prometem e não cumprem? É uma loucura!”, condena. O estudante de 19 anos foi convocado para ser mesário nessas eleições, mas na hora de ficar frente e frente com a urna, conta que pretende votar em branco. “Nunca muda. Nem horário político eu vejo mais. É um circo e um bando de palhaços, mas os bobos, na verdade, somos nós. Nos contentamos em votar em quem mente melhor, porque é só isso que temos, pessoas que mentem tão bem que parece verdade. Se eu me sinto mal por não ajudar o Brasil? Claro que não, ninguém me ajuda”, desabafa.
        Adriano Freitas, de 32 anos, é outro que não concorda com a obrigatoriedade do voto, porque isso vai contra os ideais que o país se fundamenta. “Num país que se diz democrático, fica meio estranho. Voto nos Estados Unidos nem é obrigatório e olha a diferença. O cidadão vota se quiser e, se não tiver motivação suficiente ou se não se interessar por nenhum dos candidatos, não vota e pronto. É um direito democrático”, contou ele. O auxiliar de grelha lembrou do fato de que, apesar de para os americanos o voto ser facultativo, grande parcela dos jovens foram às urnas eleger o presidente Obama. O que contou foi a afinidade política e esperança de mudança, não uma obrigatoriedade.
        “O problema aqui é o número excessivo de candidatos e a descrença das pessoas. Primeiro você nem consegue ver direito a cara dos candidatos, que dirá prestar atenção nos projetos deles. Diminuir os candidatos poderia diminuir a corrupção e aquela história ‘você me apóia aqui, que se eu vencer te ajudo lá’. Seria uma solução”, sugere. Apesar de ser contra a obrigatoriedade, Adriano faz parte daqueles que seguiriam votando caso o voto fosse facultativo. “Se não votássemos estaríamos apenas cruzando os braços e isso não resolveria nada. Tem gente boa na política. O problema é essa maioria corrupta”, conclui.


*Matéria feita por mim para a cadeira de Jornalismo Especalizado.

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