quinta-feira, 29 de abril de 2010

Chapeuzinho Vermelho Cor de Sangue

     Continuando a série sobre “A Origem Sangrenta dos Contos de Fadas” começada aqui, hoje é a vez da história de Chapeuzinho Vermelho. Como muitos contos, a versão infantil é absurda e impossível de acontecer, mas ninguém questiona quando ouve o relato do bem vencendo o mal e o heroísmo do lenhador tirando a vovózinha da barriga do Lobo. Mas a história originalmente não foi escrita assim, cheia de magia e superação. E é ela que vamos conhecer agora.

VERMELHO COR DE SANGUE
A tonalidade mais chamativa na roupa da doce Chapeuzinho combina com uma história cheia de violência, canibalismo e insinuações sensuais

ERA UMA VEZ...
A maioria dos contos de fadas, como Chapeuzinho Vermelho, surgiu por volta da Idade Média, em rodas de camponeses na Europa, onde eram narrados para toda a família. “A fome e a mortalidade infantil serviam de inspiração”, diz a especialista em histórias infantis Marina Warner, da Universidade de Essex, na Inglaterra.

1. COMIDA DE VÓ
Numa versão francesa da história, após interrogar Chapeuzinho na floresta e pegar um atalho para a casa da vovó, o lobo mata e a esquarteja a velhinha sem dó. A coisa piora quando o vilão, já fingindo ser a vovó, oferece a carne e o sangue da vítima, como se fosse vinho, para matar a fome da netinha – que come e bebe com gosto!

2. TIRA, TIRA...
Após encher o bucho e praticar canibalismo sem saber, Chapeuzinho ainda tira a roupa e joga no fogo, a pedido do lobão! O clima, porém, não é nada infantil, com a garota perguntando o que fazer com a roupa a cada peça tirada. O lobo só tinha uma reposta: “Jogue no fogo, minha criança. Você não vai mai precisar disso...”

3. SEDUÇÃO INFANTIL
Ao se deitar ao lado do lobo, já totalmente nua, Chapeuzinho começa a reparar no físico do vilão, como se desconfiasse de algo. Admirada, a menina começa a exclamar: “como você é peluda, vovó”, “que ombros largos você tem” e “que bocão você tem”, entre outros elogios à anatomia do bicão...




FINAL FELIZ
Ao fim da versão francesa, Chapeuzinho sentindo-se ameaçada, pede para sair e fazer suas necessidades fora da casa. O lobo, nojentão, insiste para que ela faça xixi na cama mesmo – urg! -, mas acaba deixando a menina sair. Esperta, Chapeuzinho aproveita o vacilo do vilão e escapa.

FINAL SANGRENTO
O francês Charles Perrault foi o primeiro a pôr muitos contos d efadas no papel, no século 17. Ele tornou o final da história mais sangrento – com o lobo jantando a mocinha – e introduziu a famosa moral da história, dizendo que “crianças não devem falar com estranhos para não virar comida de lobo”.

FINAL AMENIZADO
No século 19, os irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm – famosos compiladores de contos que até então só eram transmitidos oralmente -, inventaram a figura do caçador. No fim da hisória, ele aparece e salva a pele de Chapeuzinho e da vovó, abrindo a barriga do lobo com um tesourão.


     Resumindo: a moral da história, segundo o tal Charles Perrault, também deveria ser "crinaças, nunca aceitem vinho de estranhos, além de embebedar, ele pode ser sangue... e ninguém gosta de beber sangue, excetoos vampiros... vocês não são vampiros, são?". ahahahaha
     E mais, todos do conto eram uns depravados... menos a vovó, claro, que não viveu pra contar a história...

Beijo, beijo e até à próxima história desvendada.

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